Os medicamentos, ao longo de sua
história, sempre trouxerem benefícios indiscutíveis para a humanidade. Graças a
eles foi possível o controle da dor e das infecções, melhorou-se a qualidade de
vida dos doentes crônicos. Os medicamentos também contribuíram para o
prolongamento da expectativa do tempo de vida. Porém, esses benefícios sempre são
acompanhados por reações adversas ao medicamento (RAM) de diversas ordens. Estima-se
que as RAMs sejam responsáveis por muitas mortes. Estudos mostram que as RAMs estão
dentre as seis principais causas de mortalidade e são responsáveis por 10% das
internações.
Tecnicamente, a RAM é uma
resposta nociva que ocorre nas doses normalmente usadas na terapêutica. Ela é
individual e depende das características de cada pessoa. Assim, algumas RAMs
são mais comuns e outras mais raras. Algumas dessas RAMs somente irão surgir
com o uso prolongado dos medicamentos, enquanto outras aparecerão com o uso
conjunto de outros medicamentos. Desse modo, é difícil se prever todas as RAMs.
Antes de o medicamento ser
lançado comercialmente, testes laboratoriais estudam as prováveis ocorrências
de alguns desses efeitos colaterais. Os medicamentos são experimentados dentre
3.000 a 5.000 pessoas, mas ainda assim é um número insuficiente, principalmente
para as reações adversas pouco frequentes. Crianças, idosos, gestantes,
mulheres amamentando, dentre outros, são excluídos dos estudos, o que impede o
conhecimento de possíveis reações. Por isso, é muito importante a atenção aos
sinais que surgem, sempre que fazemos de medicamentos. Mas não é fácil. Algumas
RAMs podem ser muito parecidas com outras doenças, confundindo as pessoas.
Algumas ações, que você pode
fazer, facilitam a percepção do aparecimento das RAMs. Ao iniciar o uso de
algum medicamento, preste atenção e anote todas as modificações com o seu
organismo. Desde sintomas orgânicos simples, como desarranjo intestinal até
mudanças no comportamento como irritação ou tristeza intensa. Palpitações,
cansaço, sonolência, também devem ser ressaltados. Mostre essas modificações
para um farmacêutico ou para o seu médico. Faça esse procedimento ao longo de
todo tratamento porque algumas RAMs demoram a aparecer. Mas não tome a decisão
de suspender ou reduzir o medicamento por conta própria. Essa ação é de
responsabilidade do médico.
Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi,
farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista
em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela UniSantos (1997),
mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor
titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Dracena.
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