Curso de Farmácia


Plantas Medicinais: da medicina popular ao SUS

A utilização de plantas para fins medicinais ocorre, provavelmente, desde a pré-história e vem passando de geração em geração até os dias atuais. Esse ato é conhecido como medicina popular e está diretamente relacionado à cultura de cada povo e região, a tradição folclórica de práticas familiares e do lendário popular. Foi no final da década de 70 que a Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio do Programa de Medicina Tradicional, deu a devida importância a esta prática estipulando diretrizes para a promoção e proteção da saúde dos povos do mundo incentivando a prevenção da cultura popular sobre os conhecimentos da utilização de plantas medicinais no tratamento de doentes.
As plantas medicinais são plantas que possuem substâncias bioativas e que por essa razão são utilizadas para a cura ou melhora de determinadas doenças. Por outro lado, apesar de serem vistas como algo natural e que, aparentemente, são nocivas a saúde, elas não são isentas de efeitos colaterais, interações medicamentosas ou contra-indicações. Elas podem apresentar substâncias tóxicas, desencadeando reações adversas quando não utilizadas da forma correta ou em doses inadequadas. É por este motivo que atualmente laboratórios de empresas farmacêuticas e de universidades vem avaliando as propriedades medicinais, ou tóxicas, e identificando as propriedades farmacológicas das mesmas. Tem também encontrando os seus princípios ativos com a finalidade de conscientizar a população e educar os profissionais de saúde para que o uso racional das plantas medicinais seja disseminado.
Já os fitoterápicos, segundo definição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são medicamentos obtidos a partir de plantas medicinais empregando-se exclusivamente derivados de droga vegetal (extrato, tintura, óleo, cera, exsudato, suco, e outros). Eles, assim como todos os fármacos, devem oferecer garantia de qualidade, ter efeitos terapêuticos comprovados, composição padronizada e segurança de uso para a população por meio de levantamentos etnofarmacológicos, documentações tecnocientíficas em bibliografia e/ou publicações indexadas e/ou estudos farmacológicos e toxicológicos pré-clínicos e clínicos.
Em 2006, o Ministério da Saúde, por meio do Decreto nº 5.813, de 22 de julho 2006,  elaborando a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápico. Este documento institui diretrizes para a atuação do governo na área de plantas medicinal e fitoterápica, com a finalidade de promover melhorias na qualidade de vida da população brasileira. Isso porque este tema envolve não somente saúde pública, mas também o meio ambiente e o desenvolvimento econômico e social, tendo em vista a grande biodiversidade do Brasil associado a sua rica diversidade étnica e cultural. No ano seguinte, o Conselho Federal de Farmácia (CFF), com a Resolução nº 477, de 28 de maio de 2007, abrange a atuação do farmacêutico na fitoterapia, nas plantas medicinais e seus derivados (drogas vegetais e derivados de drogas vegetais) na manipulação farmacotécnica e na produção industrial de fitoterápicos, sendo uma das finalidades estimular o uso correto das plantas medicinais.
Além disso, em 20 de abril de 2010, o Ministério da Saúde instituiu a Farmácia Viva no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Portaria nº 886. Segundo o documento, a Farmácia Viva, deverá realizar todas as etapas, desde o cultivo, a coleta, o processamento, o armazenamento de plantas medicinais, a manipulação e a dispensação de preparações magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos. É baseado no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira que essas normas de manipulação estão padronizadas. Este formulário é um tipo de guia para a fabricação correta de fitoterápicos e faz parte da Farmacopéia Brasileira. Nele são apresentadas 83 monografias de medicamentos explicando sobre técnicas de infusão, xarope e pomadas, além de indicações e restrições de uso de cada espécie. Já as espécies vegetais são escolhidas de acordo com a predisposição de cada região dando preferência para as constantes na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS (Renisus). 
Exemplos de Farmácia Viva de sucesso são as de Fortaleza (CE), de Betim (MG) e de Brasília (DF). Sendo a primeira criada em 1983, a partir de um projeto idealizado pelo farmacêutico e professor da Universidade Federal do Ceará, Francisco José de Abreu Matos. 
           Palestra -  O farmacêutico Nilton Luz Netto Júnior, chefe da Farmácia Viva da Secretaria de Saúde do Estado do Distrito Federal e membro do grupo de trabalho sobre Práticas Integrativas do CFF, viaja por todo o Brasil com a palestra “Farmácia Viva: Modelo de Promoção à Saúde com Plantas Medicinais e Fitoterápicos aos Usuários do SUS”. No dia 30 de agosto ele esteve na sede do Conselho Regional de Farmácia (CRF) explicando à classe, entre profissionais e estudantes, a importância e a eficácia do projeto no serviço de saúde pública.

Texto: Tábitha Cristina Mendes de França (aluna do 4º semestre do curso de Farmácia)


Projeto Farmácia Verde

Alunos de Iniciação Científica, orientados pela professora mestre Marlene Rosimar da Silva Vieira, desenvolveram um projeto que envolve algumas ações dentro do contexto de valorização da cultura popular de plantas medicinais, dentre elas: a criação de uma horta medicinal  e ações educacionais em escolas.
A horta com plantas medicinais foi denominada Farmácia Verde e está sendo organizada a partir do cultivo de diferentes espécies nativas, a fim de serem utilizadas nas aulas práticas laboratoriais.
As ações educacionais em escolas acontecerão através de oficinas para pais e alunos, com orientações sobre a utilização correta de plantas medicinais. Este projeto vem ao encontro da realidade nacional, já que o Programa Fitoterápico foi incorporado ao sistema de saúde pública, visando à promoção do uso racional das plantas medicinais na atenção primária à saúde, resgatando o conhecimento popular embasado nos conhecimentos científicos. 


Texto: Professora mestre Marlene Rosimar da Silva Vieira


O curso de Farmácia

O curso de Farmácia da UNISANTOS é o primeiro da região, com mais de 20 anos formando profissionais com um ensino norteado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais.
Nossos alunos são capacitados ao exercício de atividades referentes aos  medicamentos, às análises clínicas e toxicológicas e ao controle, produção e análise de alimentos, pautado em princípios éticos e na compreensão da realidade social, cultural e econômica do seu meio, dirigindo sua atuação para a transformação da realidade em benefício da sociedade. Neste contexto temos o CIM (Centro de Informação sobre Medicamentos) que é um canal de comunicação com a comunidade disponibilizando informações.

Coordenadora do curso: Professora mestre Marlene Rosimar da Silva Vieira


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