segunda-feira, 15 de maio de 2017

Resistência bacteriana

As bactérias são organismos microscópicos, ou seja, imperceptíveis a olho nu e são os seres vivos mais antigos do planeta Terra. Estão presentes em qualquer lugar que possamos imaginar, como na pele, boca e o trato intestinal dos seres humanos. A maioria das bactérias é inofensiva para a saúde do homem, fazendo com que o ser humano tenha uma própria microbiota. Por exemplo, no intestino a microbiota auxilia na realização de diversas ações metabólicas benéficas à saúde do ser humano.

Algumas bactérias têm o potencial de desenvolver doenças, por ser da natureza do microrganismo promover sintomas que estão relacionados com a sua presença ou com a produção de substâncias resultantes de seu metabolismo. Para combater bactérias que possuem essas características, utiliza-se os agentes antimicrobianos, capazes de inibir o crescimento ou de eliminar esses microrganismos.

Existem diversos tipos de antimicrobianos, sendo eles recomendados de forma específica para cada classe ou tipo de bactéria, devido ao fato de ter maior sensibilidade à ação dessas substâncias. Porém, as bactérias se replicam rapidamente e dão o surgimento de gerações diferentes em questão de dias. Nesse sucessivo aparecimento de novas gerações de bactérias, pode haver uma diferenciação genética em relação às gerações antigas, criando resistência a algum agente antimicrobiano.

As bactérias também têm capacidade de trocar informações genéticas entre si, compartilhando genes de utilidade para a sobrevivência da bactéria. Portanto, se houver o surgimento de uma nova geração bacteriana com um gene que confira resistência a um agente antimicrobiano, essa nova geração, além de sobreviver e poder continuar replicando-se, também pode compartilhar esse gene com outras bactérias que não ainda não a possuem, tornando-se todas resistentes.

A resistência bacteriana a essas substâncias também é algo natural de acontecer, pois é referente à capacidade do microrganismo de se adaptar ao meio em que é inserido, na busca de sua sobrevivência. A intensa utilização de microbianos nas práticas terapêuticas e na produção de alimentos, muitas vezes de maneira irracional, são fatores que forçam o aparecimento de bactérias resistentes. Na perspectiva da bactéria, o uso insistente de antimicrobianos as pressiona constantemente a se defender dessas substâncias agressoras.

A resistência bacteriana passou a se tornar um dos principais problemas de saúde pública em escala mundial, pois os medicamentos estão se tornando ineficazes contra alguns tipos de bactérias e o tratamento tem se tornado insuficiente. Outra problemática é o fato de que, mesmo que o indivíduo não tenha sido infectado previamente ou utilizado antimicrobianos, ele também é passível de infecção por essas bactérias resistentes quando entrar em contato com outros indivíduos infectados, causando o alastramento ainda maior desses microrganismos. Sempre se oriente com o farmacêutico ou o médico sobre a utilização de antimicrobianos e nunca interrompa o tratamento até seu término.

João Gabriel Gouvêa da Silva – 5° semestre do curso de Farmácia

Referências:

KADOSAKI, L.L. et al. Análise do uso e da resistência bacteriana aos antimicrobianos em nível hospitalar. Rev. Bras. Farm. Rio de Janeiro,  v.93, n.2, p.128-135, 2012.


GOLL, A.S.; FARIA, M.G.I. Resistência bacteriana como consequência do uso inadequado de antibióticos. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research. Paraná. v. 5, n.1, p.69-72, Fevereiro 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário