segunda-feira, 11 de abril de 2016

Diabetes Mellitus

A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica, a qual estima-se que afete 382 milhões de pessoas no mundo e esse número deverá atingir 471 milhões em 2035. A incidência da doença está aumentando não só no mundo, mas também no Brasil. Atualmente, cerca de 10 milhões de brasileiros são portadores da doença. Dados brasileiros de 2011 mostram que, a cada 100 mil habitantes, 30,1 morrem da doença, ao se considerar a população em geral. Ao analisar esses dados por gênero, temos uma taxa de mortalidade de 27,2/100 mil habitantes para os  homens e 32,9/100 mil habitantes para as mulheres.

A diabetes é classificada em tipo 1 e 2 e que diferem entre si quanto à origem e progressão. É uma doença caracterizada por hiperglicemia, isto é, alto índice de glicose (açúcar) no sangue, resultante de defeitos na secreção e/ou ação da insulina.

A DM tipo 1 é presente em  5% a 10% dos casos de diabetes,  é uma doença autoimune que promove a destruição das células responsáveis pela produção de insulina localizadas no pâncreas, resultando em falta de insulina. A DM1 é fruto, em parte, de predisposição genética associada a condições ambientais, como infecções virais. Neste caso, a terapia medicamentosa utilizada é a reposição de insulina.

A DM tipo 2 é a forma presente em 90% a 95% dos casos, caracterizada por resistência dos órgãos periféricos à insulina. Com isso, as várias células não conseguem absorver o açúcar do sangue. Com a progressão da doença, também pode ocorrer a diminuição da secreção pancreática de insulina com consequente diminuição de sua ação. A  resistência à insulina é influenciada tanto por fatores como obesidade, dieta inadequada ou inatividade fisica. Há também predisposição genética.

O tratamento é baseado em uma mudança de estilo de vida com readequação alimentar e atividades físicas, por exemplo. Usualmente são utilizados antidiabéticos orais como metformina e glibencamida, em terapias únicas ou em associação. Conforme a evolução da doença e o grau de comprometimento do pâncreas o indivíduo pode passar a ser dependente de insulina exógena para um melhor controle metabólico.
A evolução da DM2 costuma ser insidiosa, ou seja, vem aos poucos de forma imperceptível. Normalmente, já está adiantada quando surgem os principais sintomas, como o de maior produção de urina, sede em demasia e perda não explicada de peso. Frequentemente ocorre associação com as complicações crônicas de outras condições como aterosclerose,  dislipidemia e hipertensão arterial sistêmica.

A diabetes também aumenta a incidência das doenças cardiovasculares que estará aumentada em duas a quatro vezes mais em relação aos não diabéticos. A doença também  é a principal causa de perda de visão em adultos jovens devido aos seus efeitos.  E os números têm aumentado significativamente em adolescentes e adultos jovens, principalmente para o diabetes tipo 2 associada às comorbidades como doenças cardiovasculares e obesidade.

Como efeito crônico também há o aparecimento de problemas nos rins, com evolução para insuficiência renal; neuropatia, com perda de sensibilidade ou aparecimento de dor contínua; e retinopatia, com problema de acuidade visual. Esta pode evoluir de forma a causar perda total ou parcial da visão. Outro problema importante é a dificuldade na cicatrização. Assim, lesões em membros inferiores podem exigir sua amputação.

É importante ressaltar que a mudança de estilo de vida pode ter impacto ao reduzir ou retardar tanto o aparecimento da DM2 como as complicações da mesma. Estudos evidenciam que essas reduzem o impacto da doença.

Marina Maria de Oliveira – Formada em 2015 pelo curso de Farmácia da UniSantos

Referências:

DORADO, J.P.H. Diabetes mellitus tipo 1. Rev. bol. ped. v.47 n.2 La Paz jun. 2008
MARCONDES, J.A.M. Diabete melito: fisiopatologia e tratamento. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v. 5, n. 1, p. 18-26, 2003.

GROSS, J.L.; NEHME, M.. Detecção e tratamento das complicações crônicas do diabetes melito: Consenso da Sociedade Brasileira de Diabetes e Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Rev. Assoc. Med. Bras.,  São Paulo ,  v. 45, n. 3, p. 279-284,  1999.

SBD. Diretrizes Sociedade Brasileira de Diabetes: 2014-2015. Organização José Egidio Paulo de Oliveira, Sérgio Vencio – São Paulo: AC Farmacêutica, 2015.

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