segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Anti-inflamatórios não esteroides e cuidados com o uso

O uso de substâncias químicas para melhorar a dor e a inflamação é uma das necessidades mais antigas da humanidade. Os anti-inflamatórios não esteroidais entram nesse contexto realizando a inibição da produção da prostaglandina, substância gerada pelo organismo e responsável pelo processo inflamatório. São utilizados no tratamento de dor pós-operatória, osteoartrite, artrite reumatoide e dores musculoesqueléticas, entre diversas condições. Seus principais efeitos são anti-inflamatório, analgésico e antipirético.

Essa classe de medicamento integra o grupo dos fármacos mais prescritos em todo mundo e mais utilizados na prática da automedicação. Nos Estados Unidos, respondem por mais de 70 milhões de prescrições e mais de 30 bilhões de comprimidos de venda livre comercializados anualmente.

Esses fármacos apresentam um perfil de segurança muito bom, porém apresentam alguns efeitos colaterais indesejáveis, que observando as condições individuais, podem levar a um problema mais sério. O efeito mais comum consiste na indução à ulceração gástrica ou intestinal que, algumas vezes, pode ser acompanhada de anemia devido a consequente perda de sangue.

Podem apresentar efeitos tóxicos no fígado desde uma leve alteração, passando por uma insuficiência hepática aguda, até a morte.  Pode exibir efeitos cardiovasculares adversos, como infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral. A ocorrência é predominante em pacientes com história prévia de doença cardiovascular ou com alto risco para desenvolvê-la.

Apresentam efeitos adversos nos rins, intervindo na manutenção da função renal. Como consequência, os efeitos renais contribuem para um possível aumento do risco cardiovascular. Podem causar edema, aumento da tensão arterial, insuficiência renal aguda, em determinados pacientes com doença renal pré-existente.

Esta classe terapêutica, apesar do uso disseminado, exige muita cautela. É preciso sempre ter em vista histórico cardiovascular, renal, gástrico, portanto fica evidente que a prática da automedicação pode causar danos irreversíveis. Não se automedique, procure sempre a orientação de um médico.

Marina Maria de Oliveira - 10º Semestre do curso de Farmácia

MONTEIRO, E.C.A et al. Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs). Temas de Reumatologia Clínica v9 n2 pag 53 à 63 Maio, 2008.

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