A compulsão alimentar é encontrada
em cerca de 2% da população, definida como a ingestão de uma quantidade maior
de alimentos, em um período limitado de tempo quando comparado à maioria das
pessoas, seguido de um sentimento de descontrole sobre o que ou quanto se come
em um período limitado de tempo. Além disso pode ser acompanhado por um sentimento
de angústia, nojo ou culpa. Os episódios ocorrem ao menos dois dias por semana,
num período de seis meses, e não são acompanhados de comportamentos
compensatórios dirigidos para a perda de peso, como no caso da bulimia, na qual
a pessoa provoca o vômito para perder o que ingeriu.
A obesidade e compulsão são dois
fenômenos que, normalmente, são conjuntos. Podendo iniciar-se por qualquer um
deles e tendo o outro como consequência.
A terapia medicamentosa pode
utilizar-se de antidepressivos como fluoxetina ou sertralina, que promovem
maior sensação de saciedade, diminuindo a quantidade de alimento ingerido. Essa
classe de medicamentos não é considerada como antiobesidade, inclusive é
literalmente contraindicada, para esse fim, nos Estados Unidos.
O topiramato é usado para
controle de crise convulsiva e tem sido bem promissora no tratamento da
obesidade. Ele é utilizado para estabilizar o humor e controlar a
impulsividade, secundariamente ele levaria a uma perda de peso. Há estudos que
demostram em populações obesas, redução importante dos episódios de compulsão
alimentar e posterior perda de peso. Porém, a terapêutica medicamentosa da
obesidade é sempre controversa, pois seu uso foi aprovado nos Estados Unidos e
rejeitado pela agência europeia.
A sibutramina promove uma
sensação de saciedade e inibe a sensação de fome ajudando no controle da compulsão,
porém apresenta efeitos colaterais como ansiedade, insônia e alguns problemas
cardiovasculares.
Para o tratamento deste
transtorno, é importante ressaltar que deve-se priorizar sempre a psicoterapia
de forma que as causas emocionais sejam controladas, aliado à dieta e
exercícios físicos como solução para a grande maioria dos casos. Quando a opção
for pela terapia medicamentosa, seguir sempre à risca as orientações médicas,
ficando sempre atento aos efeitos adversos. Não se automedique em busca de
efeito acelerado ou mais significativo.
Marina Maria de Oliveira - 9º semestre do curso de Farmácia
Referências:
APPOLINÁRIO, J.C.; CLAUDINO, A.M. Transtornos alimentares. Rev
Bras Psiquiatr 2000;22 (Supl II):28-31. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000600008>
Acesso em: 8 de Abr 2015
LEITÃO,M.; PIMENTA, F.; HERÉDIA,T.; LEAL,I. Comportamento
alimentar, compulsão alimentar, história de peso e estilo de vida: diferenças
entre pessoas com obesidade e com uma perda de peso bem-sucedida. Alim Nutr.
Braz J Food Nutr., 2013 Out-Dez; 24(4): 393-401. Disponível em:
<http://200.145.71.150/seer/index.php/alimentos/article/view/3860/1592>
Acesso em: 9 de Abr 2015
SALZANO, F.T.; CORDÁS, T.A. Tratamento farmacológico de
transtornos Alimentares. Rev. Psiq. Clin. 31 (4); 188-194, 2004. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rpc/v31n4/22407> Acesso em: 8 de Abr 2015
VASQUES, F.; MARTINS, F.C.; AZEVEDO, A.P. Aspectos
psiquiátricos do tratamento da obesidade. Rev. Psiq. Clin. 31 (4); 195-198,
2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832004000400013>
Acesso em: 9 de Abr 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário