quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Cafeína e seus usos

É difícil achar quem não se renda a uma boa xícara de café. Mas muito se tem falado sobre os benefícios e malefícios desse hábito, uma vez que a cafeína, presente na bebida, é uma substância com efeito farmacológico importante sobre o sistema nervoso central, o digestório, os rins e os pulmões. Porém, os resultados dos estudos científicos são contraditórios e não determina, de forma categórica, a restrição de seu uso, desde que consumido de forma moderada. A cafeína também está presente no chá mate (Ilex paraguariensis), no chocolate, no guaraná, além de produtos industrializados.

Como estimulante do sistema nervoso central, a cafeína melhora o estado de alerta, a atenção e a velocidade de reação, dando uma sensação de melhoria no rendimento intelectual. Porém, o uso em excesso pode causar agitação, ansiedade, dor de cabeça e insônia. Essa ação no cérebro também induz o aumento da frequência respiratória, além de ação direta nos brônquios, melhorando a respiração durante a crise asmática.

A cafeína também atua no controle da dor, tanto isoladamente quanto potencializando o efeito de outras substâncias e, portanto, é muito usada em fórmulas de medicamentos analgésicos. O seu efeito no controle da cefaleia é bastante efetivo. Entretanto, o uso da cafeína apresenta mais efeitos adversos do que outros analgésicos, principalmente, nervosismo, náuseas e tonturas. E, de forma contraditória, o consumo habitual de cafeína pode estar associado ao desenvolvimento de enxaqueca e cefaleia crônica diária. É importante ressaltar que a interrupção abrupta em pacientes que fazem uso crônico de cafeína pode causar uma síndrome de abstinência, incluindo cefaleia, fadiga e sonolência acentuada, ansiedade ou depressão, náuseas e vômitos.

A cafeína também tem sido utilizada como estratégia para melhorar o desempenho físico, retardando a sensação de fadiga dos atletas. Mas é uma substância proibida pelo Comitê Olímpico Internacional por aumentar o rendimento de forma artificial. E a cafeína também provoca aumento da pressão arterial, principalmente após a atividade física. Assim, os indivíduos hipertensos devem evitar o uso de café e, notadamente, o consumo excessivo. Outras pessoas que devem evitar o uso de cafeína são as que apresentam problemas gástricos porque essa substância aumenta a secreção gástrica de forma significativa. E estudos indicam grandes perspectivas para o uso da cafeína em Parkinson, com a possibilidade de a substância diminuir o risco da doença e até controlar os sintomas.

Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi
* Texto originalmente publicado no Jornal da Orla, em 30/11

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